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Localizada ao sul do Município de Contagem, a Região Industrial faz limite com Belo Horizonte e surge com a criação, em 1941, da Cidade Industrial Cel. Juventino Dias, fator determinante na história e desenvolvimento da região e da cidade de Contagem. É a primeira experiência no país de criação de distritos industriais e o início do processo de industrialização de Minas Gerais.

 

A produção industrial na região se desenvolve a partir dos anos 50 e, com ela surgem as primeiras e históricas favelas da Cidade Industrial de Contagem, pois, nem o Estado e nem as indústrias criaram opção de moradia aos trabalhadores. O ritmo acelerado do crescimento industrial vai expandindo a área da Cidade Industrial para além do planejado e, surgem diversos bairros tipicamente operários como o Bairro Amazonas, Bandeirantes e Jardim Industrial dentre outros, e a região vai crescendo no sentido Belo Horizonte, criando, o que por um tempo denominou-se Região Industrial da Grande Belo Horizonte: Cidade Industrial, Região Oeste de Belo Horizonte, Barreiro e Ibirité, posteriormente, essa malha urbana industrial estende-se até Betim.

 

Em 2010, a população da Região Industrial é de 74.553 habitantes, representando 12,4% da população de Contagem, com uma taxa de crescimento negativa de - 0,52% a.a. Trata-se da única região de Contagem com taxa negativa de crescimento populacional. Na última década deixaram de morar na região 4.095 pessoas, enquanto no ano de 2000, era a 2ª regional mais populosa, atualmente passou a ser a 5ª região em número de habitantes.

 

Esse fenômeno de mobilidade populacional precisa ser aprofundado e avaliado para identificar a relação que possa estar havendo, por um lado, entre a automação dos processos de produção industrial e, por outro o impacto das intervenções de urbanização de favelas. Na observação e manifestação registrada durante as atividades de escuta dos moradores fica difícil apontar um problema central para a região, na percepção dos moradores presentes nas oficinas.

 

Ainda assim, arriscamos apontar, pelo menos três como mais relevantes: a questão ambiental, em função da poluição industrial e do intenso tráfego de veículos que passa pela região; a rede pluvial avaliada, onde existe, como antiga, degradada e precária e, a terceira questão, a qualidade do transporte coletivo. A qualidade de vida urbana é tida como insatisfatória, se reportam a um velho jargão, cidade do cimento, do concreto e, agora, sendo adensada, verticalizada com passeios irregulares e veículos estacionados nos mesmos.

 

Quanto aos aspectos, mais diretamente relacionados a moradia, são apontados o crescimento urbano sem planejamento prévio e sem a participação dos moradores a serem impactados com as intervenções e investimentos na região. A elevação do preço dos imóveis e dos aluguéis, está provocando expulsão daqueles que a condição financeira não permite acompanhar.

 

Por outro lado contraditoriamente são citados os Bairros Santa Maria e Amazonas, em função dos empreendimentos da MRV nessas localidades, com muita veemência é destacado como crime ambiental a construção do empreendimento Residencial Mirante da Serra, pela empresa MRV Engenharia, com 432 unidades habitacionais, que ocupou parte da área da Pedreira, no Bairro Industrial Santa Rita. Nas atividades realizadas para discutir o diagnóstico habitacional e estratégias de ação os moradores presentes demonstraram desconhecer o Projeto de Requalificação Urbana e Ambiental do Ribeirão Arrudas, localizado na divisa do Município de Contagem com Belo Horizonte, nesta região, impactando diretamente as áreas das Vilas São Paulo e Dom Bosco, principalmente os equipamentos públicos e comunitários que serão implantados pelo projeto, mas o total desconhecimento demonstrado é quanto ao Parque linear de aproximadamente 2 km, com extensão que vai da antiga Vila Dom Bosco até a Vila São Paulo.

 

A Região Industrial, no momento presente, está vivendo uma intensa e profunda transformação a partir das intervenções com recursos do Governo Federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento, é um volume de investimento por volta de 600 milhões de reais e atinge diretamente 8 favelas que estão sendo removidas e, as famílias reassentadas em unidades multifamiliares no mesmo local ou na própria região.

 

Os investimentos reestruturam o sistema viário, melhoram o acesso a região e aos municípios vizinhos e enfrentam a questão das inundações anuais no período das chuvas. Os assentamentos precários classificados como Áreas Especiais de Interesse Social (AIS 1), na região são 18, superior ao número de Bairros que é de 16, conforme se observa na sua história de ocupação dos territórios as favelas até a presente data predominam, ainda que não em termos populacionais. A prefeitura trabalha com o dado de 6.664 domicílios nas AIS1, com uma população de 23.366 habitantes, representando um terço da população da região.

 

Por outro lado o IBGE, no censo 2010, registrou 4.860 domicílios e uma população de 16.034 pessoas em aglomerados subnormais. Esta é a região onde o número da Prefeitura e do IBGE mais se aproxima se for levado em consideração que o IBGE retrata a situação de julho de 2010 e a Prefeitura, por ora, continua considerado o universo de cada Vila, independente das remoções realizadas por razões diversas. As ações do Programa de Redução e Prevenção de Risco da Prefeitura removeram nos últimos sete anos 102 famílias, fator que também interfere nas metodologias utilizadas, para definir o número de domicílios em assentamentos precários.

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